Ao abrir a palestra, o presidente da OAB, Hélio Vieira, passou um recado aos cerca de 70 alunos que estavam no pátio para ouvir a mensagem de cidadania. Citando o próprio exemplo de filho de família humilde que sempre estudou em escola pública e fez faculdade pública, Hélio Vieira estimulou os jovens a levarem o estudo como a coisa mais importante de suas vidas. “Só com o estudo é possível a realização de nossos sonhos e através dele conseguiremos alcançar nossos objetivos”, disse o presidente da OAB Rondônia .
A escola, que tem cerca de 600 alunos, divididos em três turnos, tem o engajamento do professores para ampliar a possibilidade de aprendizagem com palestras que contribuam para o dia-a-dia tanto na escola, quanto em família, explicou a vice-diretora Ivani Pontes Alexandre. O ponto alto da palestra foi o debate sobre o Projeto Ficha Limpa - que recentemente teve sua redação aprovada na Câmara Federal - e sobre o voto consciente, o que, segundo Hélio Vieira, é a maior demonstração de direito e cidadania.
Após a exposição do presidente da seccional foi aberta a sessão de perguntas. Amanda de Castro Silva, aluna do 8º ano, quis saber sobre a prestação jurisdicional gratuita. Hélio Vieira falou da responsabilidade do Estado em fornecer assistência jurídica livre de custos a todo cidadão e indicou a Defensoria Pública do Estado (DPE).
Um professor aproveitou o tema e perguntou “o que a OAB pode fazer para impedir que candidatos cassados por compra de voto voltem a concorrer eleição”. Hélio disse que a OAB fiscaliza e chama a atenção do eleitor através de campanhas como a OAB Cidadania. “Nosso papel é mais como de sinalizador. Através da educação, esperamos que o eleitor possa dar uma resposta e esses tipos de políticos”, enfatiza.
Como saída para diminuir a corrupção e acabar com as negociatas, Hélio Vieira apontou a política sem remuneração. “O político teria sim uma ajuda de custo, mas de forma que atraia pessoas disposta a trabalhar pelo social e não corruptos que buscam unicamente o enriquecimento pessoal através da política”, disse.
Dando continuidade ao assunto suscitado pelo debate, Hélio abordou a questão dos gastos com políticos e com os presos do sistema penitenciário nacional. Segundo ele, para manter um único preso o Estado gasta algo em torno de R$ 1,2 mil, “o que chega a ser mais que o salário de um professor municipal. Vergonhoso também é o que é gasto por aluno, cerca de R$ 0,30”.
Palestras semelhantes serão realizadas também em faculdades, segundo informou Vieira.